quarta-feira, 14 de julho de 2010

Igreja Católica ajuda na libertação de presos políticos em Cuba

Os preparativos para libertar 52 presos políticos em Cuba e enviá-los para a Espanha após um acordo mediado pela Igreja Católica foram acelerados neste sábado, 10.

A mãe de um dos presos disse que ele já estava a caminho de Havana. A libertação não foi confirmada ainda pela Igreja, mas um comunicado divulgado hoje informou que mais 12 presos devem ser soltos "em breve", aumentando de cinco para 17 a lista dos que serão soltos.

O Arcebispado de Havana emitiu neste sábado um segundo comunicado informando das sete libertações. Elas se somam às cinco anunciadas há poucas horas e a outras cinco divulgadas na quinta-feira passada.

Os 52 homens estavam entre 75 dissidentes políticos presos em 2003, em uma ação enérgica do governo cubano que prejudicou suas relações diplomáticas. Outros já foram soltos, a maioria por motivos de saúde.
Eles cumprem penas que variam de 13 a 24 anos de prisão por violar as leis cubanas destinadas a conter a oposição, e o que o governo chama de atividades subversivas.

Negociação
Na quarta-feira (7), a Igreja Católica cubana anunciou que o governo concordou em libertar 52 presos políticos, em uma grande concessão à pressão internacional para melhorar as condições de direitos humanos na ilha.

Os 52 homens parecem ser os que permanecem na prisão entre o chamado Grupo dos 75, presos na repressão da Primavera Negra de 2003, e condenados a penas de até 28 anos de cadeia.

O anúncio foi feito após recentes diálogos entre o presidente cubano, Raúl Castro, e o líder da Igreja Católica em Cuba, cardeal Jaime Ortega. A Igreja assumiu um papel mais determinante nos assuntos internos da ilha desde maio.

Também veio logo após um encontro entre o chanceler espanhol, Miguel Angel Moratinos, com autoridades cubanas nesta terça-feira. Moratinos disse que foi à ilha para oferecer apoio aos esforços da Igreja.

"Sentimos uma enorme satisfação. Abre-se uma nova etapa em Cuba, com o desejo de solucionar definitivamente a questão dos presos", disse Moratinos, em sua primeira manifestação pública ao anúncio das libertações.

Fonte: CNBB.