quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Renan Calheiros é absolvido pelo Senado


O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), conseguiu evitar a perda do seu mandato de senador nesta quarta-feira. O relatório que pedia sua cassação foi rejeitado pelo plenário da Casa por 40 votos pela absolvição, 35 pela cassação e 6 abstenções. Eram necessários 41 votos para que ele fosse cassado. Renan Calheiros era acusado de pagar despesas pessoais com recursos do lobista Cláudio Gontijo, funcionário da construtora Mendes Junior. No Conselho de Ética, Renan não conseguiu provar que o dinheiro utilizado para o pagamento de pensão alimentícia à jornalista Mônica Veloso, que teve uma filha com o senador, tem origem em negócios agropecuários. A Polícia Federal (PF) encontrou contradições nos documentos da defesa. O órgão disciplinar do Senado aprovou parecer, cujo texto afirma que Renan mentiu ao Congresso na sua justificativa de renda. Renan ainda sofre outros dois processos no Conselho de Ética.
Ao deixar o plenário que garantiu a sua absolvição, Renan Calheiros foi recebido com vaias e aplausos dos presentes. Na sequência, Renan saiu do Senado e sua asessoria informou que ele seguiria para uma igreja de Brasília. "O resultado é desastroso para o Senado. O Senado sai destroçado. Não há a menor condição de Renan Calheiros continuar na presidência desta Casa. Se os seis que se abstiveram votassem sim, ele teria sido cassado", disse o senador Jefferson Péres (PDT-AM) após a divulgação do resultado. Demóstenes Torres (DEM-GO) afirmou que votos do Democratas podem ter contribuído para a absolvição do presidente do Senado. "Ninguém imaginava que haveria abstenção num processo como esse. Esse negócio de lavar as mãos é que levou a esse resultado. "O aliado Wellington Salgado (PMDB-MG) disse que Renan, apesar de estar enfraquecido com o resultado, tem capacidade de reorganizar sua força política. "Vai depender da capacidade total do presidente Renan de aglutinar a oposição, os líderes e mostrar que ele continua sendo líder e presidente porque ele foi eleito com poder liderança e de aglutinação. Vamos ver se é possível, ele é presidente, mas vamos ver se é do interesse da oposição de fazer isso", disse.

Welinton Silva depois de ROBERTO MALTCHIK

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