quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Simpósio sobre o Césio-137 resultará em ações de propósito acadêmico


Com o Sr. Odesson Alves Ferreira, Presidente da Associação das Vítimas do Césio-137.

Terminou hoje, dia 05 de setembro, o primeiro simpósio interdisciplinar sobre o acidente com o césio 137. Uma iniciativa do Departamento de Ciências Jurídicas da UCG, na pessoa do professor Mestre Júlio de Oliveira Nascimento. Como foi louvável essa iniciativa que, em breve, nos contemplará com resultados concretos para a tentativa de amenização da dor das vitimas e ressaltar o compromisso do estado frente à questão. Essa efetividade se dará com a criação de uma comunidade científica de estudos interdisciplinares permanentes sobre o acidente radiológico de Goiânia, como expressão de uma postura ética e solidária para com os radioacidentados.

HISTÓRIA
O acidente radioativo de Goiânia, Goiás, aconteceu no dia 13 de setembro de 1987. No ocorrido foram contaminadas dezenas de pessoas que morreram acidentalmente pelas radiações emitidas por uma cápsula do radioisótopo Cloreto de césio, de número 137, sendo chamado de Césio-137. Foi o maior acidente radioativo do Brasil e o maior radiológico do Planeta.
A cápsula de Cloreto de Césio continha 74 Terabecquerels (TBq) em 1971. A Agência Internacional de Energia Atômica descrevia que a cápsula possuía 51 milímetros de diâmetro e 48 milímetros de comprimento, considera uma "cápsula tradicional internacional". O sólido usado especificamente na máquina de radioterapia era o Césio-137 (que tem meia vida útil de 30 anos). A taxa de radiação em um metro da fonte era de 4.56 gramas por hora. A pedra de Césio 137 foi feita no laboratório norte-americano Oak Ridge National e era usado como fonte de radiação para a máquina de radioterapia do hospital de Goiânia.
A cápsula de Cloreto de Césio fazia parte de um equipamento hospitalar utilizado para radioterapia que utiliza o césio para irradiação de tumores, ou materiais sanguíneos (sangue e plasma sanguíneo). O irradiador havia sido desativado em (1985) e se encontrava abandonado numa edificação pertencente ao Instituto Goiano de Radioterapia. Dois catadores de sucata chamados Roberto dos Santos e Wagner Mota invadiram o prédio abandonado e observaram um volume muito pesado, constatando ser um bloco de chumbo, venderam para o dono de um pequeno ferro-velho, Devair Alves Ferreira, que vendo a luminosidade estranha e bonita da pedra, quiz fazer um anel para a sua esposa, Maria Gabriela Ferreira, com fragmentos do Césio-137, tendo o sérias lesões no corpo, devido a alta intensidade raios gama.
O local onde ficava a casa dos dois catadores de sucata pode ser localizado atualmente na Rua 57, no Setor Central, em um lote vazio, coberto por uma espessa camada de 7 metros de concreto para impedir possível vazamento de radiação e cerca de 70 metros atrás do Mercado Popular.

Welinton Silva